"Porém que se diz? A palavra está perto de ti, na tua boca e no teu coração; isto é, a palavra da fé que pregamos. Se, com a tua boca, confessares a Jesus como Senhor e, em teu coração, creres que Deus o ressuscitou dentre os mortos, serás salvo. Porque com o coração se crê para justiça, e com a boca se confessa a respeito da salvação" (Romanos 10:8-10). Esta é uma passagem bem conhecida que fala sobre salvação. Mas observe a confissão do eunuco etíope, feita antes de seu batismo pela água em Cristo"Filipe respondeu: É lícito, se crês de todo o coração. E, respondendo ele, disse: Creio que Jesus Cristo é o Filho de Deus" (Atos 8:37). Freqüentemente comparamos as duas passagens, sugerindo que a confissão do eunuco e a confissão que Paulo está discutindo são a mesma. Mas observe que há uma diferença. O eunuco confessou Jesus como o Cristo e como o Filho de Deus. Paulo discute confessar Jesus como Senhor. Eis aí uma diferença.
O ponto
Confessar Jesus como o "Cristo" significa que proclamamos que cremos que ele é o ungido de quem os profetas do Velho Testamento tinham profetizado. A palavra "Cristo" é a tradução grega da palavra hebraica "Messias". O eunuco estava dizendo que ele cria que Jesus era o cumprimento da profecia de Isaías. Isto significa que Jesus era aquele apontado por Deus para assumir o ofício real, sacerdotal, do Messias prometido. É necessário crer e querer confessar esta crença. Mas não é a mesma coisa que confessar Jesus como Senhor. Por exemplo, quando Pedro proclamou no Dia de Pentecostes que "... este Jesus, que vós crucificastes, Deus o fez Senhor e Cristo" (Atos 2:36), ele estava dizendo que Deus fez de Jesus duas coisas diferentes: Senhor e Cristo.
A diferença
É perfeitamente possível alguém confessar sua crença que Jesus é o Cristo sem confessar Jesus como Senhor. As pessoas o fazem a todo tempo. Confessar Jesus como Cristo é afirmar que cremos que ele é quem ele declarou ser, o Salvador, o Filho de Deus, o Redentor. Precisamos fazer isto para sermos salvos. Mas confessar Jesus como Senhor envolve não somente a boca, mas é um reconhecimento que ele é nosso Senhor e Mestre e que desejamos submetermo-nos e obedecermos a ele.
Os primeiros discípulos jamais perturbariam as autoridades romanas confessando Jesus como o Cristo. Eles não se preocupariam com isso. Mas confessar Jesus como Senhor e rei era outro assunto. Dizer que a primeira lealdade deles era com o Senhor Jesus como oposto a César fez com que muitos deles fossem postos na prisão e mortos. Quando os judeus incrédulos queriam pôr Roma atrás dos cristãos, eles o acusavam de aceitar Jesus como Senhor e rei (Mateus 22:15-22; Atos 17:6-7).
Confessar Jesus como Senhor
Então, falando praticamente, o que afinal é envolvido em confessar Jesus como Senhor? Bem, obviamente a primeira coisa envolvida é falar de nossa aceitação de seu senhorio. Nosso texto de Romanos diz, "Se, com tua boca, confessares Jesus como Senhor..." (10:9). Mas isso não termina aqui. Somente começa aqui. Jesus, de fato, nem mesmo quer que façamos tal confissão se não estivermos querendo agir sobre ela. Ele não quer que o chamemos "Senhor" e "Mestre" se não queremos comprometer-nos a fazer as coisas que ele diz. Ele disse, "Por que me chamais Senhor, Senhor, e não fazeis o que vos mando?" (Lucas 6:46).
Em vez disso, nossos atos precisam condizer com nossas palavras: "E tudo o que fizerdes, seja em palavra, seja em ação, fazei-o em nome do Senhor Jesus, dando por ele graças a Deus Pai"(Colossenses 3:17). Confessar o senhorio de Jesus com nossas bocas enquanto não submetemos nossas vidas a ele é inútil. Se ele é verdadeiramente nosso Senhor, então ele domina tanto nossas palavras como nossos atos.
Os mandamentos do Senhor
Simplesmente não há outra autoridade na igreja além da do Senhor Jesus. Ele disse, "Toda a autoridade me foi dada no céu e na terra" (Mateus 28:18). As Escrituras afirmam que o Pai "... pôs todas as coisas debaixo dos pés e, para ser o cabeça sobre todas as coisas, o deu à igreja..." (Efésios 1:22).
Algumas vezes, obedecer ao Senhor pode significar que temos que fazer algo difícil. Podemos ser forçados a correr um risco ao falar, ou enfrentar o pecado, ou renunciar a uma liberdade pessoal por causa de Cristo. Nosso discipulado pode levar-nos a uma confrontação indesejável. Aceitar o "senhorio" de Jesus significa aceitar que estamos caminhando diretamente contra o mundo e seus padrões falsos. Podemos ter que lutar para perdoar quando somos lesados, quando poderíamos preferir desforrar-nos. Pode ser que tenhamos que mudar nosso foco e sermos mais cuidadosos para que nossas ambições mundanas não atropelem a causa do reino em nossas vidas diárias. Aceitar o senhorio de Jesus significa que estamos querendo submeter nossas vontades e necessidades às suas e a colocar seu reino em primeiro lugar.
Aceitar o senhorio de Jesus significa aceitar tudo o que ele disse. Observe a Escritura seguinte como exemplo:
"Desde esse tempo, começou Jesus Cristo a mostrar a seus discípulos que lhe era necessário seguir para Jerusalém e sofrer muitas coisas dos anciãos, dos principais sacerdotes e dos escribas, ser morto e ressuscitado no terceiro dia. E Pedro, chamando-o à parte, começou a reprová-lo, dizendo: Tem compaixão de ti, Senhor; isso de modo algum te acontecerá. Mas Jesus, voltando-se, disse a Pedro: Arreda! Satanás; Tu és para mim pedra de tropeço, porque não cogitas das cousas de Deus, e sim das dos homens. Então, disse Jesus a seus discípulos: Se alguém quer vir após mim, a si mesmo se negue, tome a sua cruz e siga-me. Porquanto, quem quiser salvar a sua vida, perdê-la-á; e quem perder a vida por minha causa achá-la-á. Pois que aproveitará o homem se ganhar o mundo inteiro e perder a sua alma? Ou que dará o homem em troca da sua alma?" (Mateus 16:21-26).
Jesus fez uma afirmação que Pedro não gostou de ouvir. Pedro disse "Não!" Mas "não" é algo que ninguém diz ao Senhor. Aceitar o senhorio de Jesus envolve dizer "sim" a tudo o que ele diz. Envolve negação de interesses próprios, incluindo algumas vezes entregar a própria vida. Mas também envolve encontrar a vida, isto é, a vida eterna. Há lucro eterno em aceitar Jesus como Senhor e Cristo.



-por Jon Quinn

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